quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Propostas para a OSTNCS

A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, fundada pelo Maestro Cláudio Santoro há 30 anos consolidou-se como um dos três mais importantes grupos sinfônicos do País (O Estado de São Paulo). No entanto, a sua gestão continua amadora e pouco democrática. O processo de escolha do maestro tem sido sempre orientado por razões políticas e não técnicas ou vinculadas a uma política cultural. O governador ou secretário de cultura da ocasião escolhem o maestro, que passa a ter sozinho o poder total sobre a mais importante e atuante instituição cultural do DF. O que normalmente ocorre, e isso é histórico, é que o maestro escolhido se apropria da orquestra, passa a tratá-la como se fosse um patrimônio pessoal e a usá-la como moeda de troca, favorecendo os seus interesses pessoais ao invés dos interesses da cidade. O maestro decide sozinho aspectos como repertório, datas e quantidade de concertos, solistas e regentes convidados, bem como custos relativos a todos esses eventos. Tudo isso com pouco ou nenhum controle da sociedade. Maestros não explicam e nem nunca explicaram os critérios utilizados para fazerem as escolhas que fazem. Isso leva a um cenário em que conflitos de interesses são comuns. No caso do último maestro, isso foi ainda mais grave. A Secretaria de Cultura ‘deu’ a ele a Orquestra, a pedido da Deputada sua sogra e, como os salários da estrutura do GDF foram considerados baixos, para aquilo que ele e seu grupo de apoiadores consideravam justo, viabilizou-se uma ‘associação pró-amigos’ para receber emendas parlamentares da própria Deputada e outros recursos capazes de pagar o salário do maestro-genro e cachets de solistas e convidados. Os critérios que nortearam decisões relativas aos valores pagos nunca foram explicados.
O fato de o atual modelo de gestão favorecer a ação de maestros em função de seus interesses pessoais é uma fonte de conflitos. Maestros tornam-se excessivamente autoritário com músicos, há um ambiente de perseguição no grupo, em que qualquer crítica à atuação da direção leva a processos administrativos e a assédio moral. Há um excesso de trabalho desorganizado. Tudo isso têm levado a situações constantes de adoecimento tanto físico (muitos casos de LER), quanto psíquico, comprovados por pesquisas da UnB, UCB e do Ministério da Saúde, que, inclusive, classificou o trabalho orquestral como insalubre.
Para que a Orquestra não seja mais destinada a servir aos interesses de uma pessoa ou grupo, é necessário que o seu processo de gestão seja modificado. As seguintes medidas, sugeridas abaixo, podem ser saneadoras:
· Criar um conselho de orquestra para decidir todo o projeto orquestra no curto, médio e longo prazo. Isso inclui repertório, datas e quantidade de concertos, bem como valores a serem pagos a solistas e maestros convidados. Desse conselho fariam parte músicos indicados pela Orquestra, membros indicados pelo GDF e membros indicados pela comunidade (Conselho do FAAC, por exemplo).
· Indicação do Maestro pelos músicos da Orquestra a partir de processo eletivo.
Essas duas medidas seriam capazes de manter a Orquestra sob controle social, evitando a sua apropriação por maestros ou grupos específicos como têm ocorrido. Seriam capazes também de proporcionar um projeto de orquestra que tenha como objetivo atender os interesses da população de Brasília e não os do maestro de plantão.
Além disso, é bom elencar algumas necessidades urgentes da Orquestra:
· Concurso público para preenchimento de vagas musicais ociosas.
· Criação de um núcleo de apoio técnico para a Orquestra.
· Criação de um núcleo de biblioteca musical e arquivo de partituras.
A OSTNCS é um pólo gerador de cultura que pode contribuir muito mais para o DF e para o Brasil com muitos projetos, para além dos concertos que já realizamos. Exemplos: gravação de CDs e DVDs de compositores brasileiros e, em especial Claudio Santoro, trilha sonora para cinema, projetos de formação de platéia e cultura musical, projetos educacionais tanto de ensino de instrumentos quanto de apoio a atividades da Secretaria de Educação.
Por tudo isso, um novo e mais democrático modelo de gestão é necessário, urgente e possível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ÉTICA E CULTURA PARA MUDAR AS ESTRUTURAS!

Substitua as exclamações
pelas interrogações
E verás que viver
não são simples questões
de pontos finais ou de vista.

A verdade é que tudo, ou quase tudo, hoje em dia, se referencia no mercado. Então, tudo torna-se mera mercadoria. E a mercadoria, na sociedade capitalista, neoliberal e pós-moderna, é algo descartável. Afinal, é preciso gerar lucro, mesmo que isso comprometa a vida. Por isso, é preciso resgatar e reconstruir as utopias. A política com P (maiúsculo) se faz com sonhos e ética!

Marconi Scarinci


PERFIL


Marconi Costa da Silva Scarinci é mineiro de nascimento, mas brasiliense por adoção. Tem 49 anos. É produtor, gestor e militante cultural, e professor de Filosofia.

Marconi foi Secretário-Geral da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas - UMESB (biênio 1983-1984), presidente da Associação de Arte e Cultura de Taguatinga, produtor do Centro Cultural Rio Cine, no Rio de Janeiro, programador do Centro Cultural do Serviço Social da Indústria – SESI, de Taguatinga, e da Câmara do Livro - CLDF, especialmente da Feira do Livro de Brasília.

Com suas “Pílulas Ideológicas”, Marconi visa politizar o debate, promovendo uma discussão qualificada acerca de assuntos candentes e da ordem do dia, além de tangenciar temas existenciais, caros a nossa condição humana.

Com uma militância de 30 anos pelo Partido dos Trabalhadores - PT-DF, Marconi é reconhecido local e nacionalmente por sua decisiva e combativa atuação política em prol da elevação cultural de nosso povo.


PROPOSTAS


As diretrizes culturais que norteam a atuação política de Marconi são:

1. Pela criação da Frente Parlamentar do Livro e da Leitura, a fim de implementar e consolidar políticas de estímulo à leitura e à escrita;

2. Pela transparência, ética, fiscalização e controle social para os recursos públicos;

3. Pela atuação interdisciplinar e transversal da cultura com a educação, a saúde, a segurança, o meio ambiente, entre outras áreas;

4. Pela revitalização, reaparelhamento e/ou construção de equipamentos culturais permanentes em todas as cidades do DF e Entorno;

5. Pela implementação do ensino das artes nos diversos níveis da educação básica, conforme Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB;

6. Pela ampliação dos Pontos de Cultura para 200 em todas cidades do DF e Entorno;

7. Por nova gestão para o Fundo de Apoio à Cultura - FAC, ampliando o valor da Receita Corrente Líquida do Orçamento Distrital para a área e a criação de novos mecanismos de financiamento públicos;

8. Pela implantação do Plano e do Sistema Distrital de Cultura;

9. Pela realização de Conferências Regionais e Distrital bienais, inscrevendo suas resoluções nas leis orçamentárias e orgânica do DF;

10. Pela retomada do "Temporadas Populares", com o fito de promover o acesso, a preços módicos, da população de todas as cidades do DF a shows e espetáculos com qualidade de artistas locais, regionais e nacionais;

11. Pela reestruração do Conselho Distrital de Cultura e efetivação dos Conselhos Regionais, eleitos em Conferências;

12. Pela descentralização financeira e orçamentária dos recursos culturais, a fim de dotar as Diretorias de Cultura das Administrações Regionais (DRCs) das verbas necessárias à realização de projetos comunitários;

13. Pela criação de uma fundação responsável pelos equipamentos culturais públicos do DF.


FALE COM MARCONI


marconi13800@gmail.com

marconipt13800@gmail.com

(61) 9637-3799