sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pílula Ideológica XXII – Pela valorização dos trabalhadores que auxiliam as artes


“A cegueira de gente que não vê gente é traumática, causa angústia.
A cegueira de gente que não vê gente dispara humilhação.
A humilhação pode ser determinada como cegueira pública,
pode ser determinada segundo a experiência de não aparecer
como gente estando no meio de gente.”
(COSTA, Fernando Braga.
Homens Invisíveis: relatos de uma humilhação social.
São Paulo: Globo, 2004)

Quando assistimos, a uma peça de teatro, show, concerto, filme, espetáculo de dança, circense ou vamos a uma exposição, ou ainda a uma biblioteca, só lembramos, na maioria das vezes, das obras que assistimos, vimos ou lemos e dos artistas que as idealizaram. Mas quase nunca nos lembramos daqueles que por detrás das coxias dos teatros, sets de filmagem, salas de cinemas, galerias de exposição e bibliotecas são corresponsáveis pela realização da vida cultural das cidades. Trabalhadores como cenotécnicos, iluminadores, sonorizadores, arquivistas, bibliotecários, camareiras, maquiadores, projecionistas, bilheteiros, auxiliares de bibliotecas, administradores de espaços culturais e seus assistentes de serviços gerais.

Esses trabalhadores são muito pouco valorizados e reconhecidos quando se fala em cultura. Uma política cultural séria, em qualquer lugar do mundo, passa objetivamente pela valorização inestimável desses profissionais, tanto os que labutam nos espaços culturais públicos quanto privados. É preciso que se crie em Brasília uma escola para a formação e qualificação de profissionais que auxiliam as artes. É preciso que várias dessas profissões sejam reconhecidas e regulamentadas por lei. É preciso, mais do que urgente, que, para os espaços pertencentes à Secretaria de Cultura do DF, se realizem concursos públicos para preenchimento de vagas em aberto e para renovação de seus quadros. É preciso ainda que se formulem planos de cargos e salários decentes, reconhecendo a suma importância desses técnicos para o fazer artístico e cultural.

Os artistas, amantes das artes e público em geral, agradecem. Por mais lindo que seja uma obra de arte ela só se realiza porque o trabalho é social e cooperativo. E no mais das vezes, sobretudo no capitalismo, com divisão social injusta.

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ÉTICA E CULTURA PARA MUDAR AS ESTRUTURAS!

Substitua as exclamações
pelas interrogações
E verás que viver
não são simples questões
de pontos finais ou de vista.

A verdade é que tudo, ou quase tudo, hoje em dia, se referencia no mercado. Então, tudo torna-se mera mercadoria. E a mercadoria, na sociedade capitalista, neoliberal e pós-moderna, é algo descartável. Afinal, é preciso gerar lucro, mesmo que isso comprometa a vida. Por isso, é preciso resgatar e reconstruir as utopias. A política com P (maiúsculo) se faz com sonhos e ética!

Marconi Scarinci


PERFIL


Marconi Costa da Silva Scarinci é mineiro de nascimento, mas brasiliense por adoção. Tem 49 anos. É produtor, gestor e militante cultural, e professor de Filosofia.

Marconi foi Secretário-Geral da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas - UMESB (biênio 1983-1984), presidente da Associação de Arte e Cultura de Taguatinga, produtor do Centro Cultural Rio Cine, no Rio de Janeiro, programador do Centro Cultural do Serviço Social da Indústria – SESI, de Taguatinga, e da Câmara do Livro - CLDF, especialmente da Feira do Livro de Brasília.

Com suas “Pílulas Ideológicas”, Marconi visa politizar o debate, promovendo uma discussão qualificada acerca de assuntos candentes e da ordem do dia, além de tangenciar temas existenciais, caros a nossa condição humana.

Com uma militância de 30 anos pelo Partido dos Trabalhadores - PT-DF, Marconi é reconhecido local e nacionalmente por sua decisiva e combativa atuação política em prol da elevação cultural de nosso povo.


PROPOSTAS


As diretrizes culturais que norteam a atuação política de Marconi são:

1. Pela criação da Frente Parlamentar do Livro e da Leitura, a fim de implementar e consolidar políticas de estímulo à leitura e à escrita;

2. Pela transparência, ética, fiscalização e controle social para os recursos públicos;

3. Pela atuação interdisciplinar e transversal da cultura com a educação, a saúde, a segurança, o meio ambiente, entre outras áreas;

4. Pela revitalização, reaparelhamento e/ou construção de equipamentos culturais permanentes em todas as cidades do DF e Entorno;

5. Pela implementação do ensino das artes nos diversos níveis da educação básica, conforme Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB;

6. Pela ampliação dos Pontos de Cultura para 200 em todas cidades do DF e Entorno;

7. Por nova gestão para o Fundo de Apoio à Cultura - FAC, ampliando o valor da Receita Corrente Líquida do Orçamento Distrital para a área e a criação de novos mecanismos de financiamento públicos;

8. Pela implantação do Plano e do Sistema Distrital de Cultura;

9. Pela realização de Conferências Regionais e Distrital bienais, inscrevendo suas resoluções nas leis orçamentárias e orgânica do DF;

10. Pela retomada do "Temporadas Populares", com o fito de promover o acesso, a preços módicos, da população de todas as cidades do DF a shows e espetáculos com qualidade de artistas locais, regionais e nacionais;

11. Pela reestruração do Conselho Distrital de Cultura e efetivação dos Conselhos Regionais, eleitos em Conferências;

12. Pela descentralização financeira e orçamentária dos recursos culturais, a fim de dotar as Diretorias de Cultura das Administrações Regionais (DRCs) das verbas necessárias à realização de projetos comunitários;

13. Pela criação de uma fundação responsável pelos equipamentos culturais públicos do DF.


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