“Quem não quer raciocinar é um fanático;
quem não sabe raciocinar é um tolo;
e quem não ousa raciocinar é um escravo.”
William Drummond
quem não sabe raciocinar é um tolo;
e quem não ousa raciocinar é um escravo.”
William Drummond
A quantidade de cavaletes com fotos de candidatos (diga-se de passagem, mesmo na era do Fotoshop, não são das mais belas), com seus respectivos números, tanto do espectro político à direita quanto à esquerda, invade e polui visualmente as beiras das principais vias e estradas do Distrito Federal. Freud explica: vivemos uma epidemia de narcisismo, uma infestação de egolatria sem precedentes - fenômeno este que, infelizmente, está se tornando tradicional a cada quadriênio!
Em um momento em que a cidade deveria ser chamada ao debate, deixa-se patente que, mesmo com as restrições da lei eleitoral para o pleito deste ano, o que ainda impera nas práticas da disputa eleitoral é o abuso do poder econômico e a aposta na irracionalidade de boa parte do eleitorado.
Aí fica a pergunta: que renovação política acontecerá no DF, onde uma quantidade preocupante de candidatos lança mão da forma pavloviana do reflexo condicionado para “conquistar” o eleitor, ao invés de chamá-lo à reflexão via debate qualificado?
Fica também uma observação: nessa inflação de cavaletes com fotos e números sobrepostos, pode ser que, na hora do voto, o reflexo condicionado falhe, em função da confusão de imagens, e aí o eleitor ou a urna eletrônica, enlouquecidos, darão tilt!
Mas o que a cidade não pode mais aguentar, nesses tempos sombrios de puro marketing, é uma nova pane política por mais quatro anos. Isso significará a perda de outro valioso momento histórico, acarretando, insuportavelmente, o prolongamento deste período de cinismo e apatia social. Nós, que lutamos tanto - com um senso até quixotesco - pela plenificação das inúmeras potencialidades do ser humano, não podemos deixar escapar esse raro ensejo! Nessa época de crise da ilusão tecnocrática, trata-se de oportunidade ou possibilidade de avançarmos sobremaneira em direção a tão necessária revolução cultural - esta sim que nos livrará do mal maior, a alienação, permitindo a dignificação de nossa existência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário