domingo, 26 de setembro de 2010

Pílula Ideológica XXI - TV Brasileira - 60 anos: comemorar ou chorar? O que fazer?

“Uma notícia tá chegando lá do Maranhão/
não deu no rádio, no jornal, ou na televisão...
A novidade é que o Brasil não é só litoral/
é muito mais, é muito mais que qualquer zona sul/
Tem muita gente boa espalhada por esse Brasil/
que vai fazer desse lugar um bom país”.
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

“(...) a realização plena e qualificada da televisão pública brasileira
é uma das agendas estratégicas para o desenvolvimento cultural do Brasil
e a consolidação de um país socialmente justo,
antenado nas forças criativas do povo brasileiro.”
(Gilberto Gil, então Ministro da Cultura, no I Fórum de TVs Públicas, em 2006)


A Televisão Brasileira está comemorando 60 anos de existência neste ano.

Infelizmente muito pouco temos a comemorar, em se tratando de um veículo de comunicação que deveria cumprir sua missão precípua de colaborar para formar uma melhor consciência estética, crítica e cidadã, o que, a depender das chamadas Tvs abertas, comerciais e privadas, que, diga-se de passagem, são concessões públicas, deixam a desejar – baixo nível constatado pela campanha “Ética na TV – Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania!”.

Você já viu ou assistiu apresentações, espetáculos, filmes, shows ou concertos de artistas locais nas grandes emissoras da TV brasileira (Globo, Band, SBT, Record, Rede TV), por meio de suas retransmissoras na capital do País? A resposta é um sonoro não! Quando são lembrados ou aparecem, são naquelas agendas meia boca dos telejornais locais, tipo DFTVs da vida, que, sinceramente, dá vontade de chorar. Isso é muito, mas muito pouco mesmo para uma cidade que é referência nacional no cinema, no teatro, na dança, na música, na cultura popular, nas artes visuais e na literatura.

Já passa da hora de Brasília, a exemplo de São Paulo (TV Cultura), Minas (TV Minas) e Rio de Janeiro (TVE), entre outros estados brasileiros que contam com canais universitários, comunitários, legislativos, educativos e culturais, constituir a sua TV Pública, reproduzindo, em nível distrital, o que a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) vem desenvolvendo em âmbito nacional, para que a produção cultural do DF possa ser melhor divulgada e difundida.

Também já passa da hora de se regulamentar, nacionalmente, a lei que regionaliza as programações de televisão, para que os artistas locais tenham trabalho e reconhecimento. Embora o artigo 221 da Constituição Federal estabeleça que as emissoras devam atender ao princípio da “regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei”, até hoje essa obrigação não foi regulamentada. Desde 1991, há um projeto de lei em debate no Congresso Nacional sobre o assunto, mas, por conta da pressão dos donos das emissoras de TV, ele até hoje não foi aprovado.

Afinal, o Brasil é muito mais do que querem fazer crer os grandes conglomerados da TV Brasileira. Existe vida, e vida inteligente, além do eixo Rio-São Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ÉTICA E CULTURA PARA MUDAR AS ESTRUTURAS!

Substitua as exclamações
pelas interrogações
E verás que viver
não são simples questões
de pontos finais ou de vista.

A verdade é que tudo, ou quase tudo, hoje em dia, se referencia no mercado. Então, tudo torna-se mera mercadoria. E a mercadoria, na sociedade capitalista, neoliberal e pós-moderna, é algo descartável. Afinal, é preciso gerar lucro, mesmo que isso comprometa a vida. Por isso, é preciso resgatar e reconstruir as utopias. A política com P (maiúsculo) se faz com sonhos e ética!

Marconi Scarinci


PERFIL


Marconi Costa da Silva Scarinci é mineiro de nascimento, mas brasiliense por adoção. Tem 49 anos. É produtor, gestor e militante cultural, e professor de Filosofia.

Marconi foi Secretário-Geral da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas - UMESB (biênio 1983-1984), presidente da Associação de Arte e Cultura de Taguatinga, produtor do Centro Cultural Rio Cine, no Rio de Janeiro, programador do Centro Cultural do Serviço Social da Indústria – SESI, de Taguatinga, e da Câmara do Livro - CLDF, especialmente da Feira do Livro de Brasília.

Com suas “Pílulas Ideológicas”, Marconi visa politizar o debate, promovendo uma discussão qualificada acerca de assuntos candentes e da ordem do dia, além de tangenciar temas existenciais, caros a nossa condição humana.

Com uma militância de 30 anos pelo Partido dos Trabalhadores - PT-DF, Marconi é reconhecido local e nacionalmente por sua decisiva e combativa atuação política em prol da elevação cultural de nosso povo.


PROPOSTAS


As diretrizes culturais que norteam a atuação política de Marconi são:

1. Pela criação da Frente Parlamentar do Livro e da Leitura, a fim de implementar e consolidar políticas de estímulo à leitura e à escrita;

2. Pela transparência, ética, fiscalização e controle social para os recursos públicos;

3. Pela atuação interdisciplinar e transversal da cultura com a educação, a saúde, a segurança, o meio ambiente, entre outras áreas;

4. Pela revitalização, reaparelhamento e/ou construção de equipamentos culturais permanentes em todas as cidades do DF e Entorno;

5. Pela implementação do ensino das artes nos diversos níveis da educação básica, conforme Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB;

6. Pela ampliação dos Pontos de Cultura para 200 em todas cidades do DF e Entorno;

7. Por nova gestão para o Fundo de Apoio à Cultura - FAC, ampliando o valor da Receita Corrente Líquida do Orçamento Distrital para a área e a criação de novos mecanismos de financiamento públicos;

8. Pela implantação do Plano e do Sistema Distrital de Cultura;

9. Pela realização de Conferências Regionais e Distrital bienais, inscrevendo suas resoluções nas leis orçamentárias e orgânica do DF;

10. Pela retomada do "Temporadas Populares", com o fito de promover o acesso, a preços módicos, da população de todas as cidades do DF a shows e espetáculos com qualidade de artistas locais, regionais e nacionais;

11. Pela reestruração do Conselho Distrital de Cultura e efetivação dos Conselhos Regionais, eleitos em Conferências;

12. Pela descentralização financeira e orçamentária dos recursos culturais, a fim de dotar as Diretorias de Cultura das Administrações Regionais (DRCs) das verbas necessárias à realização de projetos comunitários;

13. Pela criação de uma fundação responsável pelos equipamentos culturais públicos do DF.


FALE COM MARCONI


marconi13800@gmail.com

marconipt13800@gmail.com

(61) 9637-3799